Próximo Final Four: Londres

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Publicado em: 9/04/2013

Neste primeiro final de semana de abril, com o Final Four de Atlanta, encerra-se a temporada do basquete universitário americano, porém outra corrida para outro Final Four, o de Londres, que ocorre na primeira semana de maio, será iniciada do outro lado do atlântico: a partir da próxima terça feira, a bola sobe para os playoffs da segunda liga mais forte do mundo, a Euroliga, e para quem gosta de basquete, qualidade e quantidade não faltarão.  As séries serão disputadas em melhor de cinco, com as duas primeiras partidas e um eventual quinto jogo ocorrendo na casa de quem tem a melhor campanha.

Desde o inicio, Barcelona, Real Madri e CSKA se colocaram como o trio de ferro da competição, mostrando estarem em um degrau acima dos demais. Entre eles, porém, só os catalães mantiveram o passo firme. Dono do elenco mais profundo do continente; contando com nomes como Huertas, Navarro, Lorbek, Sada, Tomic e Jasikevicius, e da defesa mais eficiente do torneio, que limita os oponentes a apenas 94,5 pontos a cada 100 posses de bola (O CSKA, o segundo no quesito, permite 99,2 pontos/100 posses, 5% a mais), o Barcelona venceu 22 dos seus 24 jogos, com uma média de 15 pontos de diferença e, mesmo com o desfalque de Pete Mickael (um dos alicerces da defesa e regular no ataque) devido a uma embolia pulmonar, tem o favoritismo na série contra o Panathinaikos. Os gregos foram a equipe mais dominante do continente nos últimos tempos (seis títulos nas últimas 16 temporadas), mas já não têm mais a potência de outros tempos devido a uma reformulação radical (da última temporada só restaram dois jogadores) e não contam mais com o “Mister Euroliga” Zelyko Obradovic (8 títulos ganhos como treinador) no comando técnico. O ritmo lento (69 posses por jogo, o menor número entre os oito) contra uma defesa que prima mais pelo posicionamento do que pela agressividade (o time catalão é o décimo em roubadas de bola e o décimo segundo em fazer o adversário cometer erros) pode ser fatal. A curiosidade do confronto será o duelo peso pesado dos dois “Baby – Shaqs” – O australiano Natan Jawai, do Barcelona, e o greco – camaronês Sofoklis Schortsanitis, do Panathinaikos.

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Schortsanitis, também conhecido como “Baby Shaq” é uma das principais ameaças do forte Panathinaikos.

Conquistar a coroa europeia do basquete é uma obsessão tão grande quanto no futebol, e por isso, o Real Madrid não mediu esforços para contar com Rudy Fernandez, que se juntou a Sergio Llull, Sergio Rodriguez, Jayce Carrol e Nikola Mirotic (pode aparecer nos Bulls na próxima temporada) e deixou o veloz esquema do técnico Pablo Laso ainda mais rápido. Porém, o motor madrilenho andou rateando nos últimos jogos. Nas últimas dez partidas entre a liga ACB e a Euroliga, foram 5 vitórias e 5 derrotas (3 seguidas pela competição europeia), o que torna o confronto contra o Maccabi Tel-Aviv perigoso,  pois do outro lado da quadra estará uma equipe treinada pelo excelente David Blatt e que tem lastro para derrubar os “brancos”. Os israelenses possuem o ataque mais eficiente da competição (113,6 pontos/100 posses – destaque para Rick Hickman- 14,0 pontos por jogo), mas terão que equilibrar a batalha dos rebotes se quiserem avançar ao Final Four: os espanhóis estão entre os que mais retomam a posse de bola apanhando 73,7% dos rebotes disponíveis na defesa (segundo melhor aproveitamento) e um dos que mais a mantém, capturando 33,2% dos rebotes ofensivos (também segundo melhor aproveitamento), enquanto o Macabbi pouco incomoda os oponentes na disputa pela bola no ataque – pega somente 29,6% dos rebotes (décimo quinto aproveitamento) e não protege muito bem o garrafão, pois fica com apenas 66,7% dos rebotes gerados em sua defesa (terceiro pior índice).  Em outros quesitos defensivos, desempenhos bem parecidos: ambos permitem 101, 6 pontos/100 posses (quinto melhor índice) com o Real fazendo o adversário errar um pouco mais -18,1 vezes a cada 100 jogadas (quarto melhor desempenho), contra 17,4 erros/100 jogadas dos oponentes do Macabbi (quinto melhor desempenho).

Ainda em clima de March Madness, se tivesse que escolher uma “cinderela”, esta sem dúvida seria o Baskonia, que entra como franco atirador no confronto contra o poderoso CSKA. Os bascos já estiveram respirando por aparelhos diversas vezes durante o torneio: na primeira fase chegaram a ter uma vitória em sete jogos, mas três vitórias consecutivas garantiram vaga no Top 16, onde começaram ganhando as quatro primeiras partidas e depois perderam cinco em sequência. A vaga só veio na última rodada. Mas quem tem no elenco Andrés Nocioni, Nemanja Bjelika, Maciej Lampe e Fernando Sam Emeterio, deve ser encarado com o máximo de cuidado, principalmente por quem não tem se dado bem contra equipes espanholas, como é o caso da equipe russa. As duas derrotas em casa que o CSKA sofreu até agora foram para Barcelona e Unicaja.  Fora isso, guiados pelo excelente, mas temperamental armador sérvio Milos Teodosic, os moscovitas, que ainda contam com jogadores como Sasha Kaun, Sony Weems, Nenad Kristic (jogador com o maior índice de eficiência dos que participarão dos playoffs), Victor Khiryapa e Theo Papaloukas, vencem a batalha dos números: será o confronto do quinto ataque mais eficiente (110,7 pontos/100 posses) contra uma defesa que só foi à décima quarta no quesito (108,6 pontos/100 posses, a mais vazada entre os oito times que restam). No banco de reservas outro duelo desigual. Do lado do Baskonia o ainda novato, mas promissor Zan Tabak (com ele no comando, o time emendou uma sequência de doze vitórias na liga ACB). No comando do CSKA estará Ettore Messina, tetracampeão europeu (o último título ganho em 2008, dirigindo o próprio CSKA).

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No confronto entre o atual campeão Olympiacos e o Anodolu Efes, gregos e turcos teoricamente competem pelo posto de “outsider” do Final Four. O Olympiacos que conta com Vasilis Spanoulis (um dos melhores armadores europeus) e o jovem e talentoso Kostas Papanikolaou (seus direitos na NBA pertencem aos Blazers) aparece com a possibilidade de fazer um caminho parecido com o do ano passado, quando derrubou o Barcelona na semifinal e levou o título contra o CSKA em jogo decidido na última bola.  Este ano, se continuar avançando, poderá ter os mesmos adversários, só que em ordem trocada. Já o “novo rico” da Europa trouxe direto da NBA, Jordan Farmar, Sasha Vujacic e Semih Erden e quer manter a escrita de ser o único time turco a atingir a fase mais aguda da competição continental – participou do Final Four de 2000 e 2001, terminando em terceiro lugar em ambos. Estas duas equipes já se enfrentaram na primeira fase do torneio e os resultados foram dois atropelamentos a favor do mandante: 98 x 72 em Istambul e 75 x 53 em Atenas.

Palpites da coluna bem conservadores, Barcelona, Real, CSKA e Olympiacos, que se confirmados resultarão nas semifinais CSKA x Olympiacos e um empolgante Real x Barça. Mas isto é assunto para outra coluna.

Nota do Autor: estatísticas provenientes dos sites  in-the-game e Gigabasket.

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