Entrevista Exclusiva: Juan Carlos Navarro

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Publicado em: 18/08/2006

O Draft Brasil guardou para o último dia que antecede o Mundial do Japão uma das principais atrações destes pouco mais de dois anos de site: uma entrevista exclusiva com o espanhol Juan Carlos Navarro.

Navarro é um dos melhores jogadores do mundo FIBA. É, ao lado de Pau Gasol, grande esperança de uma seleção que depois da excelente participação olímpica chega como candidata ao título para essa competição. Aos 26 anos, Navarro conseguiu nesta temporada um dos maiores feitos de sua vitoriosa carreira: ser MVP da principal liga nacional da Europa, a ACB.

O título se somou a uma carreira com participação olímpica, presença no Mundial de Indianápolis, título da Euroliga de 2002/03, tetra da liga ACB, bi da Copa do Rei, tudo isso pelo Barcelona, time que defende desde o início da carreira.

Pela seleção espanhola, o cartel de conquistas também é impressionante: MVP do Mundial Júnior de 99, bi campeão europeu júnior (98-99), vice-campeão europeu adulto em 2003 e bronze na mesma competição em 2001.

Ouvimos, com exclusividade, o que há de melhor no basquete internacional. Interessante maneira de nos preparar para o Mundial que invadirá a vida dos leitores do Draft Brasil na próxima madrugada.

Depois de uma grande participação no início das Olimpíadas, mas com uma eliminação precoce, como vem a Espanha em termos de motivação para esse Mundial?

Temos muito claro o objetivo de chegar entre os quatro primeiros nesta competição. Fizemos apenas uma partida ruim nas Olimpíadas e pagamos caro por isso. Mas o importante é que todos aprendemos com o que aconteceu, e isso nos motiva a chegar bem preparados para este Mundial e evitar uma situação como essa que ocorreu.

Você acredita que neste ano atingiu o nível mais alto da sua carreira? A maturidade profissional?

Sim, em termos pessoais, este ano que consegui ganhar muitas coisas. Mas não acho que tenha chegado ao auge da minha forma como jogador. Sigo com a intenção de desenvolver meu jogo e ser cada vez mais reconhecido por isso. Tenho 26 anos, sou jovem e tenho essa vontade de melhorar a cada dia.

Sabe como será cobrado depois de ter recebido o título de Mvp da Liga ACB?

Com certeza. Mas quando estou dentro da quadra, não me deixo levar pela pressão. Sei o que tenho que fazer e sei que tenho uma grande parcela de contribuição para dar à minha equipe. Sei que com isso, não posso falhar. São os momentos decisivos quando buscam os grandes jogadores e se tenho esse valor reconhecido, tenho que saber como colocá-lo à prova quando necessário.

Nunca um jogador espanhol tinha sido o MVP da liga ACB. Qual foi a sensação por entrar para a história de um basquete tão tradicional?

É uma grande honra. Não valorizam muito os jogadores do país na liga. Temos grandes jogadores que poderiam ter recebido este prêmio, mas já que eu fui o primeiro, espero que não seja também o último. Fico muito realizado por estar a frente de jogadores como Garbajosa, Vázquez, Lopes, Reyes, que são ótimos jogadores e ótimas pessoas.

Fazendo uma comparação, você não teme que aconteça com você o mesmo que aconteceu com seu companheiro de clube, Ronaldinho Gaúcho? Muita expectativa, muita pressão… Como fazer para que as coisas aconteçam de uma maneira diferente e conseguir o sucesso?

Acredito que com Ronaldinho aconteceu que, dele, esperavam o jogo bonito, mas em um Mundial, não se ganha jogando bonito e sim com simplicidade. Tem que fazer o que for necessário para ganhar. Todos esperam que o Brasil sempre jogue bonito e ainda consiga ser campeão, mas não é assim que acontece em grandes competições. Temos que ter isso muito claro para nossa seleção.

Falando de Brasil. O que você acha que nossa seleção, agora de basquete, pode fazer nesse campeonato? O que você conhece dos nossos jogadores?

Sei que é uma equipe muito jovem mas com muito talento. Acredito que nos próximos anos, serão dominantes no cenário mundial. Conheço jogadores como Huertas, Splitter e Varejão. Gosto muito da intensidade e da criatividade com que jogam.

Você atuou junto com o Anderson Varejão quando ele ainda era bem jovem. Na sua opinião ele tem desenvolvido bem o seu jogo na NBA?

Varejão é um grande jogador e acredito que ele ainda tem muito tempo para se fazer dominante dentro da sua equipe. O mais importante é que ele tem idéia do que tem que fazer para atingir o nível mais alto.

Quais equipes você acha que Brasil e Espanha devem ter mais cuidado neste mundial?

Acho que todos tem que estar atentos com todos. É uma competição em que as equipes vão levar o que tem de melhor. Mas para indicar, acredito que Estados Unidos e Argentina serão os protagonistas.

Você tem o hábito de navegar pela internet? Quais sites costuma visitar? Faça algumas sugestões para os leitores do Draft Brasil!

Sim. Eu recomendo o www.acb.com, www.solobasket.com e o meu site www.bombanavarro.com.

O Draft Brasil agradece pela entrevista, Navarro!

Muito obrigado por esta oportunidade e um grande abraço aos amigos do Brasil.

Entrevista e texto de abertura por
Guilherme Tadeu de Paula
guilherme@draftbrasil.net
Editor do Draft Brasil

Fotos: Fiba Europe / Castoria

Colaborou: Diego Silvestrini

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