Depois da evolução, a hora da integração

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Publicado em: 8/09/2010

O novo desafio do Brasil é alias experiência e juventude

A década que está para terminar pode ser considerada extremamente sofrida para quem é brasileiro e curte o basquete. Os motivos? São inúmeros e sobre os quais já cansamos de falar. O fato é que com a criação do NBB, a mudança no comando da CBB, a criação de uma Escola Nacional de Treinadores e, principalmente, a opção recente por Moncho Monsalve e Rubén Magnano, a direção dos ventos que sopram sobre a modalidade mudou.

De fato, nosso caminho é bem mais promissor do que há 3 anos atrás. Para os que não se lembram ou preferem não lembrar, a seleção pré-2008 era aquela que conseguia ser: esmagada sem dó nem piedade pelos Estados Unidos, dominada pela Argentina, humilhada por Porto Rico e sufocada pelas Ilhas Virgens. Tudo isso num só torneio…

Para continuar evoluindo, é momento de tocar num tema delicado e que foi negligenciado ao longo da última década: a renovação de jogadores.

Negligenciado, porque praticamente todos os jogadores da geração atual foram jogados aos leões ao mesmo tempo, com a obrigação de, praticamente sozinhos e ainda despreparados, arrumar um jeito de apagar as seguidas campanhas ruins em Mundiais e Pré-Olímpicos. Ainda não me conformo, por exemplo, com as aposentadorias precoces de Rogério e Ratto na seleção.

Delicado, porque depois de 7 anos, alguns dos quais muito conturbados, criou-se uma química na seleção brasileira. Esta química é importante e ajuda a superar algumas deficiências técnicas da equipe.

Assim, ao invés de “renovação”, o ideal seria falar em “integração”, isto é, um trabalho cirúrgico e gradual de reposição, a fim de aumentar o número de “jogadores utilizáveis” no mais alto nível e também para forjar novas peças de liderança.

Analisando o elenco que disputou o Mundial 2010 e a atual disponibilidade do basquete brasileira, dividiria os jogadores nos seguintes grupos:

A base da geração

Tiago Splitter, Marcelinho Huertas, Anderson Varejão e Leandrinho.

Huerta será um dos líderes da nova geraçãoNão tem erro: a idade desses jogadores varia entre 25 e 27 anos e eles formam o núcleo de talento da geração atual. Obviamente, há a necessidade de algumas correções. Rubén Magnano deverá aprender, por exemplo, a melhor forma de utilizar Leandrinho. O ala-armador do Phoenix Suns oscilou muito durante a competição na Turquia, alternando momentos de  habilidade, com outros de erros primários. Talvez a posição de 6º homem seja também a solução para o selecionado nacional.

O coringa

Nenê

O pivô Nenê é, há 8 anos, uma incógnita quando o assunto é seleçãoDeixei-o propositadamente separado do núcleo base. A razão é simples: as últimas 8 temporadas da seleção foram planejadas, ao menos em algum momento, contando com a participação do Nenê. Em apenas 2 ocasiões a seleção contou com o pivôzão, sendo que na última (2007), o jogador estava completamente fora de forma e acabou não contribuindo muito. Nenê possui uma personalidade enigmática, que levou o nosso Guilherme Tadeu certa vez a compará-lo com Jadel Gregório, e um histórico gigantesco de lesões. Se o jogador estiver realmente animado em defender a seleção, as portas devem estar abertas. Contudo, a partir de agora ele deveria ser encarado como um plus, e não mais como uma peça básica da seleção.

Veteranos auxiliares

Marcelinho Machado, Alex Garcia e Guilherme Giovannoni

Marcelinho mostrou que se usado corretamente, pode ajudar muito o Brasil

Toda equipe precisa de experiência e seria repetir erros passados abrir mão subitamente de veteranos. Para as próximas competições, levaria os 2 melhores veteranos em atividade. Hoje, esses jogadores seriam Marcelinho e Alex. Não povoar a seleção com veteranos também faz parte do processo de evolução dos demais jogadores.

As promessas

Paulão, Raulzinho, Lucas Nogueira, Fabrício de Melo, Betinho, Rafael Mineiro, Felipe Vezaro, Durval, Jordan Burger, Ícaro Parisotto e etc.

A nova geração tem um grande potencial, mas precisa de experiência

Basicamente, é a moçada do 4º lugar no Mundial Sub19 2007 e do vice-campeonato da Copa América Sub18 de 2010. São jogadores que já devem ser inseridos no grupo principal, mas gradualmente e com responsabilidade. O número? Depende. Não dá para inserir 4 ou 5 jogadores da Sub18 de uma só vez, mas é plenamente possível convocar ao mesmo tempo, por exemplo, 2 jogadores “mais experientes” como Paulão e Betinho e 2 mais novos, como Raulzinho e Lucas Nogueira.

Composição de elenco

Marquinhos, Murilo, Olivinha, Jonathan Tavernari, Baby, Fúlvio, Fernando Penna, Paulinho, Arthur, Nezinho, JP Batista, Bruno Fiorotto, Lucas Cipolini, Hátila Passos e etc.

Foto CBB

É aquele grupo formado tanto pelos especialistas, como por aqueles que simplesmente não estão no mesmo patamar do núcleo base da seleção. Ainda assim, são jogadores muito importantes para as competições “secundárias” e também para evitar um processo de renovação radical no grupo principal. Além disso, nada impede que um deles aproveite bem a oportunidade, roubando uma vaga no núcleo (aconteceu de 2 anos para cá com o Marcelinho Huertas, por exemplo).

Um exemplo

Sem qualquer pretensão de escalar por antecedência a seleção do Pré-Olímpico 2011 (Mar Del Plata), mas exemplificando o processo de “integração” desenvolvido acima, formo o seguinte selecionado:

Marcelinho Huertas, Raulzinho, Betinho, Leandrinho, Marcelinho Machado, Jonathan Tavernari, Alex Garcia, Olivinha (Nenê?), Anderson Varejão, Tiago Splitter, Paulão e Lucas Nogueira.

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