A informação que não temos

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Publicado em: 27/01/2011

Pronto, abro o site da LNB e me deparo com algumas melhorias em relação à temporada passada. Nada de excepcional, mas o site vem sendo atualizado e pelo menos, aparecem algumas coisas diferentes, como os líderes de pontos, rebotes e assistências do dia, por exemplo.

Porém, quando começamos a navegar pelo site vem a frustração. Com meu espanhol razoável e meu italiano muito quebra-galho, entre nos sites da ACB e da Lega Basket,  dois dos principais torneios de clubes europeus.
A primeira diferença, drástica e desesperadora, que percebo: existem vídeos nos sites europeus para assistirmos.  Como isso não existe no site da LNB? É uma dúvida que não temos como responder, afinal, os jogos são transmitidos pela televisão e provavelmente gravados por alguém da liga (este ponto aliás, se não são, deveriam ser).

Passado este momento, de não conseguir achar os vídeos, vou até as fichas das equipes e claro, nelas constam os atletas que compõe o quadro do time. Aleatoriamente escolho uma equipe em cada site. No site da ACB, vou ao Unicaja Malaga. Quando abre a página da equipe, vejo a planilha de estatísticas da equipe, completo e link direto para a ficha de qualquer atleta que quiser. Com dois cliques, chego nas informações de qualquer um ali. No site italiano, o link para a ficha do atleta se mantém. Porém, ao invés de estatísticas de quadra, vem  um resumo da ficha, posição, idade, altura, nacionalidade, entre outros. No site da LNB, até temos o resumo de ficha o atleta, com informações básicas como no italiano. O que me causa espanto é não ter um link direto para as médias do atleta na temporada e outras informações. Ou seja, enquanto eu tenho as informações de Uros Tripkovic à um clique de distância e quando abro sua ficha estendida, tenho  absolutamente tudo que podemos imaginar sobre sua carreira e dados da temporada (ou seja, descubro que ele pertence a seleção de seu país, jogou Mundial, Europeu e conquistou várias taças em clubes, etc) não consigo o mesmo clicando sobre o nome do armador Neto, de Araraquara.  Pelo site, sei que o Neto é o camisa nove da equipe e só. Retorno ao site italiano e estou na equipe do Dinamo Sassari, vejo o plantel e seleciono a ficha de qualquer um. Selecionei o ex-NBA, James White e lá tenho escritos sobre sua carreira, médias da temporada, enfim, algo muito próximo do que vejo no site da ACB. Até o tempo de contrato de White com a equipe acho na ficha. Começo a procurar mais dados sobre o Neto. Clico em estatísticas, procuro entre os cestinhas, me canso e teclo Ctrl+F para procurar pelo atleta. Enfim, descubro pouquíssimas informações sobre o armador. Vejo que ele vem fazendo 5,7 pontos por jogo e quase mais nada. Mesmo nesta página, não encontro link direto para um ficha do atleta com maiores detalhes. Cansei e não irei procura-lo nos rebotes, passes, etc.

Este exemplo demonstra como estamos atrás em valorizar o que é nosso. Nossos atletas, nossos técnicos, nossa história, nossos dados e mais, facilitar a vida de quem navega e quer saber mais sobre basquetebol. Sem ser fluente em italiano percebo que existe um texto sobre James White, sobre sua carreira, sobre suas qualidades e claro, sobre o que vem fazendo na liga. O Minas Tênis contratou Bernard Robinson, ex-Charlotte Bobcats. Mesmo sem ser um atleta de ponta na NBA, ainda podemos acessar seu perfil no site da liga e ter algumas informações. Isso para um atleta que passou alguns anos na liga e saiu, sem ser um estrela enorme.  Poucas informações, mas existentes no site oficial.

Agora, pense você leitor, Robinson navegando pela internet, quer encontrar seu perfil na liga em que atua. Vai ao site da LNB e não consegue se achar !!! Mesmo ele sendo o décimo-oitavo cestinha do torneio, com médias de 15 pontos por jogo, ele só consegue saber esta informação e quando clica em seu nome, não acontecerá nada !!! Íncrivel !! Bem, James White com seu italiano mediano poderá achar mais informações em menos tempo, menos cliques e maiores facilidades, do que Bernard com seu português também razoável.

Navegar pelo site da LNB é uma tragédia quando comparado com os sites de outras ligas. Retorno à página inicial de cada site e vou procuro por um box-score de qualquer jogo. Na ACB encontro rapidamente qualquer box da rodada e DKV x Cajasol. Com extrema velocidade, o site abre com a caixa de resultados. Mais uma vez, os espanhóis brilham com informações simples, sintetizadas, tela limpa. Logo, sem muita demora vejo o resultado, os principais atletas na partida, etc. No site italiano não acho nenhum box disponível, mas em clico em resultados e aparecem todos os jogos do torneio. Seleciono a última rodada e encontro Lottomatica Roma x Montepaschi Siena. O padrão italiano segue o espanhol, porém mais bagunçado com linhas e mais extenso. Da mesma forma que o espanhol, posso clicar em qualquer nome de atleta e voltar à ficha completa, o que é ótimo!

Vejo os resultados de ontem da LNB, mas procuro por outros jogos, rapidamente clico em Tabela e tenho todos os jogos disponíveis, o  que é ótimo! Clico no primeiro que me aparece, Joinville contra Unitri. A tela que aparece me envergonha. Em que pese a idéia brilhante de reunir tudo de uma vez e até com um resumo interessante para ver os números do jogo, quando abro o box a decepção é total. Se clico em time da casa, não consigo ver as stats de uma vez. Com mais um clique, percebo que tem ampliação na tela de estatísticas. Porém, incrivelmente eu não consigo ver os dois times ao mesmo tempo, uma vez que a opção ambos é uma total bagunça na tela. Tento mais uma vez, chegar na ficha individual dos atletas, sem sucesso.

realmadridboxclaro[1]

Exemplo de Box Score claro, simples e de rápida visualização


Apesar dos sites europeus não constarem tantas informações sobre o jogo (como shot-chart , gráfico de placar,etc), a informação lá é clara, rápida, ágil e aqui não.  O que temos de positivo em relação aos europeus é algo que não desfrutamos pela complexidade do sistema: Scout OnLine Prancheta Basquetebol. Com poucos minutos, o cansaço é evidente em quem navega. Nada mais chato do que navegar por sistemas complexos, com milhares de cores, com poucas opções de achar rapidamente o que é necessário.

Me lembro do site da CBS  Sports On Line, que cobre NBA e que de vez em quando navego para ver os shot charts dos atletas da liga. Abro o jogo de ontem, entre Denver e Washington. Vejo um resumo do jogo, com vídeos e texto. Além disso, uma barra em que tenho as mesmas opções do site da LNB. Gráfico da partida, Box, Shot Charts, Jogada a Jogada, etc. Percebo que é fácil encontrar a informação no site da CBS e posso acessar a ficha do atleta clicando em qualquer hora em seu nome. Clico em Carmelo Anthony e vejo tudo que o lateral já fez pela sua franquia, nesta e em outras temporadas. Além de manchetes sobre ele e todo o tipo de informação que conseguirmos imaginar. Este site nem é o oficial da NBA.

Evidente que existe uma diferença monstruosa entre acompanhar a NBA, ACB, Lega e LNB. Cada qual com seus problemas, qualidades, defeitos, melhorias para serem realizadas. Porém, o que os dirigentes da LNB têm que perceber o mais rápido possível, é o público que tem em cada mídia. O público que acompanha a liga pela internet, com certeza não acompanha somente a LNB, ainda mais em dias de League Pass da NBA a preços acessíveis. Acessar o site da LNB e ver que a idéia é interessante porém a prática é desastrosa, desmotiva a qualquer um procurar a informação, até porque, por mais que navegue, não acho a ficha do Neto ou do Bernard para ter informações.

Alguns meses atrás mandei um e-mail para a Federação Mineira de Basketball, liguei e cobrei melhorias no site. Ali, falava como profissional que é afetado diariamente pelo péssimo site que a FMB mantém. Não esperava muito dos sites da Federação Paulista ou Carioca, ambos péssimos. Mas tinha total esperança de esperar algo melhor da LNB, afinal, é a liga nacional e deveria ter o interesse de mais gente navegando pelo site. O espaço até é legal, tem idéias interessantes, mas está a anos-luz de sites de outras ligas e até mesmo de imprensa pelo mundo afora. E são soluções simples, qualquer pessoa que trabalha com basquetebol e internet  tem o dever de conhecer sites de outras ligas e saber extrair o melhor para o nosso.

O basquetebol brasileiro não se ligou que o mundo virtual é o mundo real, que a pessoa que acessa a internet não é um ET e sim alguém que gosta de basquetebol, compra, discute, argumenta, tem idéias, investe seu tempo livre, pensa. Quem comanda o basquetebol está na contra-mão do mundo ao não considerar a internet um veículo para aproximar os fãs do jogo.
Com pesar, percebo que não vou achar o que quero no site da LNB e dessa forma, prefiro treinar meu fraco italiano ou meu espanhol para acompanhar as ligas pelo mundo. Uma pena, pois temos tantas informações para passar sobre o torneio nacional.

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