O Melhor das Américas, parte 1

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Publicado em: 6/12/2010

Com a entrada do último mês do ano chega também a hora dos melhores times do continente americano lutarem pelo título de melhor das Américas. A Liga das Américas começa mais uma vez com 16 dos melhores times da região FIBA Americas. Entre brasileiros (Brasília e Flamengo), argentinos (Peñarol, Regatas, Boca Juniors e Sionista de Paraná), uruguayos (Defensor Sporting), mexicanos (Halcones Xalapa, Halcones Rojos e Toros), equatorianos (Mavort), chilenos (a ser definido), porto-riquenhos (Capitanes de Arecibo e Cañeros) e venezuelanos (Espartanos e Cocodrilos) temos a maior competição do continente começando em Dezembro. A Liga 2010/2011 promete ser das melhores já vistas, afinal, a cada ano que passa o torneio ganha mais prestígio, importância e investimentos por parte da organização e dos times. Vale ressaltar que esse ano boa parte da nata do basquete FIBA Americas está na competição, ou seja, história não faltará para os clubes que jogarão a competição.

Vale ressaltar que esse ano o regulamento foi modificado e de fato melhorado. Ao invés de apenas os campeões dos quatro grupos avançarem diretamente para o Final Four, foi criado uma espécie de Elite Eight, ou seja, os dois primeiros de cada grupo avançam, formando mais dois quadrangulares (grupos E e F). Os dois primeiros desses dois quadrangulares posteriores formam o quadrangular final (Final Four). Antes um time se tornava campeão jogando 6 jogos, agora são precisos 9 jogos para atingir a glória. Além disso esse novo sistema dá mais chances aos times menores avançarem dentro do torneio, ou seja, a competição fica de certa forma mais emocionante.

Com início previsto para 9 de Dezembro em Mar del Plata, Argentina, com os jogos do grupo A, o Draft Brasil começa sua cobertura da competição americana com a análise justamente desse primeiro grupo que contará com Peñarol, Regatas Corrientes, Toros e Espartanos.

Peñarol: Um time que apresenta como cartão de visitas um jogador com medalha de ouro e bronze olímpicas no currículo e que converte 15 bolas de três numa partida (48 pontos no total) só pode ser forte. Junte a isso o fato dos alas titulares serem Kyle Lamonte (MVP da última Liga das Américas) e Marcos Mata (mundialista com a seleção argentina em 2010), o pivô o qualificado e rodado Martín Leiva e os reservas os sempre cumpridores Alejandro Diez, Alejandro Reinick e Nicolás Lauria. Muito forte? Vá além, afinal, o treinador desse time é Sergio Hernández (bronze na Olímpiada 2008) e o grupo é disputado em seu ginásio com sua torcida. Favorito? Sim. O Peñarol é de fato o grande favorito ao grupo A. Com todos esses fatores é improvável que o time não fique pelo menos com a segunda vaga e chegue ao Elite Eight. Vale lembrar que o time de Hernández é o atual líder da Liga Argentina com um saldo de 13 vitórias e 1 derrota e possui um jogo sólido. Gutiérrez e Lamonte tomam conta do ataque, Leiva e Mata da defesa, entretanto, todos possuem qualidades em ambos os lados da quadra. A armação fica a cargo do nome menos badalado entre os titulares, Sebastián Rodríguez. As presenças de Reinick, Diez e Lauria no banco criam a certeza de que o nível não caía muito e, por conta da boa estatura dos mesmos, a qualidade defensiva também se mantenha. Se tudo correr dentro da normalidade, ao final do grupo o Peñarol estará na próxima fase e a torcida argentina em festa dentro de casa.

Regatas Corrientes: Líder da “Zona Norte” da Liga Argentina com 10 vitórias e 4 derrotas (pela primeira vez na história o time conseguiu 10 vitórias na fase classificatória e terminou em primeiro na sua “zona”), o Regatas é sempre nome forte nas competições FIBA Americas. Nessa Liga não será diferente. Com Federico Kammerichs como grande nome argentino do elenco, a presença de quatro estrangeiros é também um dos pontos fortes do time de Fabio Demti. Três dos estrangeiros são norte-americanos e um é paraguaio. Os dois principais norte-americanos são Ramzee Stanton (ala, 1,97m e maior pontuador da história do Regatas na Liga Argentina com 1.882 pontos convertidos) e Tyler Field (pivô, 2,06m e que também está a algum tempo na equipe). Scott Rodgers (ala-armador, 1,91m e reserva do time nos últimos jogos) é quem completa a trinca estrangeira. O paraguaio é ninguém menos do que o histórico Javier Martínez, armador e principal nome do basquete guaraní nos últimos 20 anos. Fecham o elenco, Juan Manuel Rivero (atualmente lesionado), Roberto López para a rotação interna e os recém adquiridos Eduardo Villares (ex Ciclista) e Nicolás Romano (ex Quilmes de Mar del Plata). Os dois últimos tiveram médias de 12 pontos por jogo em seus antigos clubes e são valores interessantes para acompanhar. A equipe correntina venceu o Atenas na rodada passada da Liga Argentina e entra na competição continental com aspirações fortes. Deve brigar e muito pela vaga ao Elite Eight, entretanto, não terá tarefa fácil, afinal, tanto Peñarol como Espartanos e Toros possuem bons times e elenco interessante.

Espartanos: Os venezuelanos do Espartanos chegaram ao hexagonal final da Liga Sul-Americana e fizeram jogo duro contra os brasileiros do Brasília (posteriomente a equipe seria campeã ao vencer o Flamengo na final). O jogo que foi disputado e terminou com apenas 4 pontos de vantagem para os brasileiros serve para mostrar o poder do time de Hector “Pepito” Romero e companhia. Romero é por sinal o nome do time e teve uma excelente média de 20 pontos e 8 rebotes por jogo na Liga Sul-Americana recém terminada. Kevin Freeman (norte-americano) é o seu apoio no garrafão e demonstrou isso na Liga Sul-Americana. O atleta de 2,01m foi o segundo cestinha do time com 11 pontos por jogo. Outros bons valores do time são David Cubillán (armador), Carlos Cedeño (ala-armador) e José Bravo (ala-pivô). O time conta com um núcleo interessante, entretanto, não possui um elenco tão forte como os dois times argentinos. Romero e Freeman são jogadores que se bem auxiliados por Cubillán podem explodir. Isso torna o Espartanos um time sempre perigoso (vide partida contra o Brasília) e sempre candidato para avançar nas competições em que entra. Vale acompanhar atentamente o excelente jogo de Romero, nome do basquete venezuelano.

Toros: Os Toros chegam na Liga das Américas com uma credencial forte: 20 vitórias e 7 derrotas na Liga Mexicana, terceiro lugar geral e a apenas uma vitória dos líderes (Halcones Xalapa). Wildredo Pagán (porto-riquenho), Anthony René Rougeau (norte-americano) e Adrian Henning (norte-americano) são os nomes do time. Na liga doméstica o primeiro conta médias de 14 pontos por jogo, o segundo de 15 e o terceiro de 16. Pagán é o armador do time, Rougeau um ala versátil e Henning um ala-pivô. Completam com qualidade o elenco Quentin Joseph González e Lonnie Vázquez. Ambos também atingem os dígitos duplos na competição nacional e  carregam dupla nacionalidade (mexicana e norte-americana). Por nome e história o time mexicano seria o menos qualificado para garantir uma vaga no Elite Eight, todavia, está em atividade a mais tempo e já disputou quase 30 partidas oficiais no ano. Além disso, conta com muitos jogadores atléticos e experientes, afinal, vários são americanos ou cresceram no país. Por tudo isso e pelos números da ótima temporada que está fazendo, ninguém ficará surpreso se os Toros conseguirem avançar através de boas partidas na Argentina.

É importante ressaltar que a Liga das Américas 2010/2011 será fortíssima. Já no grupo A podemos notar a qualidade dos times envolvidos. Com exceção do grupo do Flamengo que conta com dois favoritos absolutos as vagas (Flamengo e Boca Juniors), nenhum grupo trás um panamora “fácil”, ou seja, previsível. Nesses primeiros jogos, Peñarol, Regatas, Espartanos e Toros lutarão e deverão jogar um bom basquete, agradando o amante do jogo. Isso deve se repetir ao longo de toda a competição, afinal, já na fase inicial teremos quadrangulares fortíssimos. Vale prestigiar e muito a competição e esperar que tanto o Elite Eight recém criado quanto o Final Four, sejam ainda melhores que a primeira fase.

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