Magic Jonhson e Mark Cuban contra o preconceito

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Publicado em: 12/04/2013

Mark Cuban é conhecido por suas frases e opiniões polêmicas. Na última semana, o dono do Dallas Mavericks declarou que sua equipe teria a intenção de recrutar a pivô Brittney Griner, atleta da universidade de Baylor, no próximo draft da NBA. A afirmação do excêntrico cartola casou as mais diversas reações ao redor da liga quanto a possibilidade de uma mulher atuar pela primeira vez na história junto aos homens no principal torneio de basquete do planeta.

Como a grande maioria dos esportes, o basquete é notadamente um dos ambientes mais machistas em nossa sociedade. Seja através do discurso da superioridade física ou mesmo pela simples ideia de que as mulheres não possuem as mesmas aptidões que o homens para a prática esportiva, o fato é que o “sexo oposto” está longe de ter a mesma visibilidade e  as condições de trabalho que possuí o basquete masculino.

Entretanto, a intenção deste texto não é debater a questão do esporte misto (embora sem com isso desconsiderar sua importância), mas trazer a tona outra declaração do mesmo Cuban (essa muito menos veiculada pela imprensa especializada), sobre a possibilidade de ter um jogador homossexual em sua equipe. Quando questionado sobre a questão, o cartola do Mavs foi enfático: “Venho dizendo o mesmo que Magic (Johnson) durante anos. Quando um jogador decidir ‘sair do armário’ será um grande dia para o esporte, e para mim seria uma honra que fosse um jogador da minha equipe. Vivemos um novo tempo e esse jogador seria plenamente aceito. Se estão rompendo barreiras”.

Pra quem não sabe, o lendário armador Magic Johnson (o primeiro grande atleta à assumir ser portador do vírus HIV no esporte) quebrou o silêncio nos últimos dias ao declarar abertamente seu apoio a homossexualidade, especialmente após ao seu filho, Earvin Johnson III, ter assumido ser homossexual:

– Sabemos há muito tempo que nosso filho é gay. Quando ele tinha uns 12 ou 13 anos sentamos para falar sobre isso. Eu disse a ele que vou amá-lo de qualquer forma e finalmente me disse: ”sim eu sou” – revelon Johnson, que  foi ainda mais a fundo na questão: “É isso que ele é. Me incomoda qualquer tipo de preconceito. Meu filho é um bom garoto. Acho que isso vai ser muito bom para muitos meninos que querem assumir – completou.

John Amaechi, o primeiro joga

John Amaechi, o primeiro atleta da NBA a assumir sua homossexualidade. (Foto: Getty Images)

Na NBA, John Amaechi é lembrado não por suas virtudes em quadra (hoje com 42 anos, o ex-pivô possui modestas médias de 6,2 pontos e 2,6 rebotes por partida em menos de 300 partidas disputadas na liga), mas por ter sido o primeiro atleta a vir publicamente declarar sua homossexualidade, em seu livro de memórias denominado Man in the Middle. O ex-jogador, com passagens por Cleveland, Orlando e Utah, declarou sua opção sexual apenas após ter encerrado sua carreiras nas quadras, por medo de sofrer represálias de seus companheiros de equipe. Na atualidade, Amaechi é conhecido como um dos principais atletas de alto rendimento do planeta a declarar abertamente ser gay.

E o que  Cuban, Johnson e Amaechi tem em comum? Cada qual a seu modo, os três estão, aos poucos, buscando romper barreiras em relação a homossexualidade no esporte. Embora vivemos em um novo tempo, as condições para um atleta gay assumir sua opção sexual no esporte sem sofrer qualquer tipo de resistência ainda estão muito aquém daquelas colocadas pelo mandatário do Dallas Mavericks, apesar da série avanços e conquistas sociais que essa parcela da população tem conquistado nos últimos tempos.

Enfim, trata-se de uma questão delicada e que merece ser melhor debatida. Afinal de contas, parar quebrar paradigmas é necessário que sejam criadas condições para que os homossexuais assumam sua opção sexual e sejam respeitados como tal no esporte.  E ninguém melhor do que Magic Johnson, conhecido por criar condições para que seus companheiros de equipe crescessem dentro de quadra, para rechaçar o preconceito e a intolerância fora dela.

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