Liga de Desenvolvimento Olímpico – Uma luz no fim do túnel

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Publicado em: 4/10/2011

A Liga Nacional de Basquete oficializou hoje no Clube Atlético Paulistano, em São Paulo, a Liga de Desenvolvimento Olímpico, o já popular NBB-21. A iniciativa é uma parceria da LNB com a CBB, Ministério dos Esportes, tem patrocínio do Banco BMG e apoio da Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso.

Serão 16 clubes, os mesmos que disputarão o NBB4, divididos em dois grupos de 8 na primeira fase, um hexagonal semi-final e um quadrangular final. A idade limite para os atletas é de 21 anos.

As datas das duas primeiras etapas estão disponíveis, sendo de 8 de outubro à 16 de outubro para o primeiro grupo de oito clubes e 22 de outubro à 31 de outubro para o segundo grupo.

Os grupos:

.Primeira Etapa – Em São Sebastião do Paraíso (MG)

Araraquara
Cia. Do Terno/Romaço/Joinville
Flamengo
Vivo/Franca
Winner/Limeira
Paulistano/Unimed
Pinheiros/SKY
Tijuca Tênis Clube

.Segunda Etapa – Em São Sebastião do Paraíso (MG)

Itabom/Bauru
Uniceub/BRB/Brasília
Liga Sorocabana
Minas Tênis Clube
São José/Unimed/Vinac
Unitri/Uberlândia
Vila Velha/Garoto/BMG
Vitória Basquete/CECRE

Podemos observar que este é um primeiro passo real para uma renovação séria e bem organizada dentro do basquetebol brasileiro. Há muito tempo, todos sabemos que um dos maiores problemas para a renovação no Brasil é a lacuna existente após a categoria juvenil.

Os rumos da maioria destes atletas, quando estouram a idade, é o mercado do interior de São Paulo, que claro, não comporta ser nem tecnica, nem financeiramente, o único eldorado do país para quem sonha em jogar basquetebol em um país continental. Obviamente, muitos não podem ir morar no interior do São Paulo para ganhar apenas uma ajuda de custo, os clubes não tem condições de apostar em todos o jovens e pagar algo mais por estes e o ciclo do desperdício de talentos se renova à cada final de ano.

Isso se tratando apenas dos atletas, para não citar quantos técnicos e auxiliares a mais poderão estar na ativa, assim como fisioterapeutas, preparadores físicos e arbítros, estes que terão a oportunidade de comandar um número maior de partidas antes das provas de fogo da categoria adulto. Enfim, a LDO é algo que sai dos discursos que estamos cansados de ouvir, das propostas e projetos que estamos cansados de ler e que nada resultam. Neste aspecto, a LDO é real e estará em quadra em menos de uma semana.

Mas, somente este torneio não resolve todos os problemas da renovação e nem de organização da base. Não deve ser vista como a salvadora dos problemas do nosso basquetebol. É um príncpio animador mas, mesmo dentro da sua concepção me coloca algumas dúvidas na cabeça em relação aos seus apoios e parcerais. A principal das dúvidas, o Governo Federal tem intenção de fazer desta liga de desenvolvimento apenas mais um apoio desesperado para minimizar um possível vexame olímpico em 2016, em modalidades que nunca tiveram nenhuma atenção da pasta ou será um parceiro fiel por um longo tempo mesmo após a realização dos Jogos Olímpicos ?

Assim como a parceria do Governo Federal, devemos ter motivos para temer que após 2016 esta idéia seja enterrada se os resultados olímpicos não forem os esperados ? Afinal, estamos quase em 2012, logo os Jogos do Rio não estão tão longe de ocorrer para que seja feito um trabalho de garimpagem na base, logo uma grande idéia poderá ser minada pelo imediatismo ? Afinal, quantas boas idéias foram lançadas, realiazadas e morreram antes de conseguirmos observar resultados, seja estes quais forem, positivos ou negativos.

Outro ponto, as equipes terão condições de manter elencos e comissões técnicas durante um ano inteiro para atuar apenas por sete jogos (para aqueles que caírem na primeira fase do torneio, ou seja, a grande maioria dos times) ? Vale lembrar que 10 dos 16 times irão cair na primeira fase. Claro, os que avançarem jogarão mais, os quatro finalistas jogarão 15 vezes, mais do que o dobro dos primeiros 10 eliminados.

Será que não seria interessante se pensar no retorno dos torneios estaduais Sub-21 ? A idéia do resgate dos estaduais Sub-21 na teoria é excelente, afinal, os atletas jogariam mais vezes ao longo do ano, em locais mais próximos, logo com custo reduzido. Porém, na prática sabemos o quanto são desorganizadas e sem capacidade as Federações Estaduais. Logo, seria dar mais uma atribuição para quem não consegue se quer realizar o simples (um site digno, organizado e atualizado é um exemplo que me ocorre sempre).

Entendo que para este primeiro evento, é claro que um torneio menor e com menos jogos seja o coerente para a idéia sair do papel e virar realidade. Melhor um torneio menor mas real, do que um torneio gigantesco porém fantasioso. Só que fantasioso também será imaginar que em sete jogos por ano um atleta irá se desenvolver plenamente neste abismo existente entre a relidade juvenil e a realidade adulta em nossa modalidade.
São e serão necessários mais jogos.

Não sei até que ponto uma idéia como um Inteligas Sub-21 seria bem vinda para a LNB, por exemplo. Tão pouco posso dizer sobre a viabilidade de mais um projeto. Porém, quantos mais jogos os atletas estiverem à disposição, melhor será para todos os envolvidos. Neste momento, a LNB surge como uma entidade que sai do discurso vazio das Federações e Confederação com ações. Podemos discutir uma série de ações, porém em momento nenhum podemos dizer que ficaram somente com as palavras perdidas em um texto ou em uma carta de intenções. Sinceramente, neste ponto a LNB acrescenta e muito ao basquetebol. Neste aspecto devemos aplaudir pois alguém conseguiu recrutar, organizar, unir e realizar algo. Não é pouco no Brasil. Não é pouco no basquetebol brasileiro.

A luz no fim do túnel vem aí. O torneio que irá se iniciar em cinco dias é uma realidade. E no basquetebol precisamos de mais realidades do que fantasias. Devemos também ter sempre a exata noção do que representa cada ação feita por quem quer que seja dentro do basquetebol nacional. As dúvidas que coloquei acredito serem pertinentes, quando puder e tiver oportunidade perguntarei para os responsáveis sobre estes temas. Claro, se algum leitor souber as respostas será ótimo que compartilhe nos comentários. E mais claro ainda, existem muitas outras dúvidas pertinentes não somente sobre esta primeira edição mas também sobre o futuro da base. Enquanto as dúvidas ficam em nossas cabeças, podemos dizer que outubro será o mês da base no calendário do basquetebol nacional, o que é um bom começo, afinal a base deve ser valorizada sempre.

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