Frio na espinha

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Publicado em: 6/03/2010

Me aquecendo para o March Madness que se aproxima, caí no site oficial da NCAA que disponibiliza uma série de jogos clássicos desta década. Em vez de simplesmente dar uma rápida passada pelas opções, que incluíam a final entre Syracuse e Kansas, ou o show de Gordon e Okafor pela UConn, fui me envolver justamente com um dos jogos mais tristes que se tem notícia.

Vai entender porque resolvi rever aquilo tudo. Sweet 16: a vantagem construída por Gonzaga de 17 pontos! Adam Morrison, no auge, brilhante, superando o ferrolho defensivo da UCLA, que até ali só havia levado mais de 80 pontos em um jogo em toda a temporada. O time da Califórnia, aliás, era repleto de estrelas. Jordan Farmar, Luc Mbah a Moute, Aaron Affalo e Ryan Hollins são hoje jogadores da NBA. Darren Collison, ainda em seu ano de freshman, jogou pouco e bem quando chamado.

Por Gonzaga, além do ídolo Adam Morrison, o nosso JP Batista, certamente um dos culpáveis pela derrota. Não vamos chorar o leite derramado, pensei.

Mas por artes de um estranho malefício, um frio tomou conta da minha espinha naqueles momentos decisivos. A virada de placar, a dois segundos do fim, e sobretudo as lágrimas de Adam Morrison, um dos personagens mais interessantes que a NCAA já produziu, presentearam minha sexta-feira me avisando que, por mais que eu torcesse novamente, o resultado não iria mudar.

Parece óbvio e até meio bobo, mas eu juro a vocês que enquanto eu revia a trágica derrota de Gonzaga, tentava me convencer de que aquele jogo não tinha terminado do jeito que eu me lembrava. Tentava, principalmente, acreditar de que, se eu torcesse direito, o resultado poderia mudar.

Vão 4 anos. Adam Morrison está devidamente milionário, mas malemá entra em quadra – embora já tenha um anel de campeão, conquistado no banco e na injury list dos Lakers ano passado. Não sei se estou enganado ao imaginar que, se tivesse JP Batista se livrado da bola mais rápido, todo o basquete seria hoje diferente. Ou pelo menos teríamos, entre as estrelas da NBA, um sujeito mais interessante, desengoçado e sobretudo humano.

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