Associação de Atletas do Basquete sai do papel

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Publicado em: 16/08/2013

Aconteceu ontem, dia 15/08, na cidade de São Paulo (SP), o “re-lançamento” da Associação de Atletas Profissionais de Basquetebol do Brasil (AAPB) em entrevista coletiva com as presenças do presidente Guilherme Giovannoni, do diretor executivo, Douglas Viegas, e do advogado Filipe Orsolini de Souza. Relançamento porque a associação já fora criada em 2008, mas estava inativa desde então.

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Giovannoni, ao lado de Felipe Orsolini (à esq.) e Douglas Viegas (à dir.) explicou todos os detalhes do “re-lançamento” da AAPB (Crédito: Divulgação/ASE)

Sabemos que um órgão representativo de uma categoria é criado para a defesa de seus próprios interesses, mas tanto Giovannoni quanto Viegas, pontuaram que, além dos temas de interesse exclusivo dos atletas, um dos propósitos da associação é contribuir para o desenvolvimento do basquete no país. Neste ponto, sem entrar muito no mérito da questão, os atletas esperam poder influenciar em algumas questões gerais como, por exemplo, o formato de disputa dos campeonatos.  Quando voltado diretamente aos jogadores, afirmaram que a AAPB será tanto um espaço de representação quanto de orientação aos atletas. Entre alguns dos objetivos estão:

  • Esclarecer os jogadores sobre seus direitos e deveres.
  • Oferecer orientações financeiras de como administrar seus ganhos durante e após sua carreira.
  • Elucidar sobre as questões dos benefícios trabalhistas e previdenciários.
  • Normatizar as relações contratuais entre clube e jogadores, acabando com os famosos “contratos de boca” e delimitando as diretrizes que os jogadores devem observar na hora de celebrar um contrato de trabalho com um clube.

Segundo Giovannoni, outras instituições da modalidade estão abertas ao diálogo e apoiando a criação da AAPB. A CBB (Confederação Brasileira de Basketball) já reconheceu oficialmente a associação. Por esse mesmo caminho, segue a LNB – com quem os representantes vêm mantendo reuniões freqüentes, as federações estaduais cujos contatos se iniciaram e o STJD, que solicitou a indicação de 2 advogados para compor a bancada de basquete do tribunal.

O ala-pivô do UniCeub/BRB ainda disse que tem mantido contato com o presidente da Associação de Atletas da Argentina (em atividade desde 1983), trazendo a experiência do país vizinho e plantando a sementinha de uma possível parceria futura para, quem sabe, influir nos campeonatos internacionais de clubes desse lado do hemisfério.

Imagino que o mais difícil seja buscar a participação do maior número possível de atletas. Essa tarefa desgastante de fazer o meio de campo com os jogadores ficou a cargo de Douglas Viegas. Até o momento aproximadamente 100 atletas manifestaram o interesse em se associar, e espera-se conseguir a adesão não só dos atletas que atuam no NBB, mas de qualquer um que pratique profissionalmente a modalidade no Brasil, incluindo obviamente e urgentemente, as meninas.

Pelo menos inicialmente, Giovannoni e Viegas, assumiram uma posição de não confrontar a LNB ou a CBB. Talvez por isso alguns temas sensíveis não tenham sido tocados diretamente durante a coletiva – compreensível, pois não era o momento apropriado – mas não há dúvidas de que a associação terá que debater (com a Liga, com as federações e com seus próprios representados) assuntos difíceis, como o número de jogadores estrangeiros no Brasil, a fórmula de disputa dos campeonatos, calendários e muitos outros desafios.

Enfim, a retomada da Associação é um passo civilizatório importante. Com essa iniciativa, os atletas adquirem um espaço privilegiado para a defesa de seus direitos e se qualificam como atores importantes e que deverão ter voz nas discussões referentes à modalidade no Brasil. A longo prazo será bom para eles e bom para nós, humildes fãs e torcedores desse esporte que foi tão judiado por essas bandas em um passado não tão distante. E se a associação quer algo para começar os trabalhos ainda hoje, temos aí em pauta a desistência do Fluminense do NBB e o desrespeito demonstrado com os jogadores e a proposta de realizar a final não mais em um jogo (ufa), mas em dois (hã?).

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