A prévia: Análise dos argentinos

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Publicado em: 3/09/2010

Scola, o melhor do Mundial até aqui (FIBA.COM)

Argentina e Sérvia duelaram hoje pela primeira posição do grupo A. O perdedor desse confronto seria também o adversário do Brasil nas oitavas-de-final caso o time de Magnano vencesse os croatas. Dito e feito, Brasil 92×74 na Croácia e o derrotado (Argentina) transformou-se em adversário na próxima fase.

É sempre animador enfrentar o perdedor de um jogo tão disputado, ainda mais quando a seleção que foi derrotada não vinha convencendo. Porém, basquete não é um jogo qualquer. Por incrível que pareça os argentinos venceram quatro jogos dentro do grupo e foi na única derrota que mostraram o seu melhor jogo. Sim, na melhor partida em termos gerais veio a derrota.

Os argentinos haviam vencido tanto alemães quanto australianos (seleções mais fracas que a Sérvia) nos segundos finais e com um Scola imparável. Contra Angola apenas um bom jogo e versus Jordânia uma partida sofrível. Ontem contra os sérvios os argentinos voltaram ao patamar que os levou ao topo nos últimos anos. Ainda sofrendo da “Scola dependência”, o time de Sergio Hernández conseguiu imprimir uma forte defesa no início da partida, além de controlar as ações ofensivas com o trio Prigioni, Delfino e Scola. A diferença chegou a ser de 20×7 e o jogo só não ficou complicado para a Sérvia nesse momento porque as três mudanças feitas pelo técnico Dusan Ivkovic surtiram efeito imediato. No segundo tempo o cansaço dos “hermanos” foi fator fundamental para uma escapada sérvia, entretanto, Scola, Quinteros e Prigioni conseguiram liderar a Argentina a puro coração ao empate em 75 pontos com 2 minutos por jogar. Quando o jogo parecia virar, Dusko Savanovic (de grande noite) acertou uma bola de três incrível que recolocou a vantagem para os europeus. Um lance livre errado de Leo Gutiérrez (foram 8 lances perdidos pelos sul-americanos) complicou a partida e a vitória ficou mesmo com o time de Ivkovic.

Apesar do resultado o jogo de altíssimo nível mostrou uma Argentina forte. Sem Fabricio Oberto (deverá jogar contra o Brasil), Hernández perde muito poder de garrafão, afinal, Román González não está em seu melhor momento e Juan Gutiérrez não tem o físico ideal para jogar de “5” em jogos de nível elevado. Essa volta de Oberto preocupa exatamente por desafogar o jogo em Luis Scola. Se o astro do Houston Rockets tem médias de 29 pontos e 8 rebotes com toda atenção da defesa voltada pra ele e pouca companhia na área pintada, imagina com a ajuda de Oberto que além de tudo é um jogador muito inteligente e com bom passe. Com a volta de Oberto, Hernández poderá voltar a usar González por menos tempo o que gera mais possibilidade do pivô usar seu corpo sem preocupar-se com faltas e desgaste físico. Há ainda o efeito dominó gerado pela maior preocupação com o segundo jogador de garrafão (no caso Oberto). Além da marcação não poder se prender tão somente em Scola, os alas não poderão ignorar a ajuda como fazem com Román González (lento), ou seja, mais espaço para Delfino e principalmente para Hernan Jasen. Jasen ainda não foi muito utilizado ofensivamente no Mundial, entretanto, é dono de um chute de três razoável que pode causar estragos. A mesma premissa serve para quando Paolo Quinteros e Leo Gutiérrez estiverem em quadra junto aos outros titulares. Tanto Quinteros como Gutiérrez são jogadores com um chute muito preciso e que pode mudar um jogo em uma noite inspirada. Por sinal, Leo Gutiérrez é famoso por variar do céu ao inferno de um jogo para outro nas bolas de três. Seguindo essa premissa dos fãs argentinos, contra o Brasil estaria a noite “boa” do experiente jogador.

Com relação ao duelo específico de oitavas-de-final, deve-se aguardar para ver quem irá marcar Leandrinho. Há a possibilidade de que por conta da baixa estatura de Alex, Delfino fique no jogador do Universo/BRB e Hernan Jasen colado no escolta do Toronto Raptors. Ainda não há nenhuma certeza, entretanto, o Brasil precisa ter um jogo muito bem planificado para superar a defesa que Sergio Hernández irá imprimir. Vale lembrar que Federico Kammerichs (exímo defensor) está nesse elenco argentino exatamente para determinadas funções táticas na defesa. Não é de se duvidar que Hernández apronte alguma com Kammerichs (como fez no Pré-Olímpico de 2007 contra o Brasil).

Por fim, é preciso aproveitar os pontos fracos dos “hermanos”. Luis Cequeira não é o reserva ideal para Pablo Prigioni. O jogador está jogando alguns minutos com muito empenho defensivo, todavia, sua baixa estatura e pouca experiência internacional devem ser exploradas em todos os minutos que o mesmo estiver em quadra. J.Gutiérrez não tem o físico ideal para jogar em alto nível, ou seja, se acabar jogando deve ser pressionado por Anderson Varejão e Tiago Splitter a todo momento.

Além disso, utilizar o que o Brasil possui de melhor é fundamental. Huertas e seu controle do jogo, Leandrinho e sua velocidade, Marcelinho e as mortais bolas do perímetro, além dos já citados pivôs de ótima qualidade. Os argentinos mostraram hoje alguns problemas de velocidade e preparo físico, afinal, Prigioni, Scola e Delfino estão sendo muito exigidos. Talvez uma parcial forte faça com que os comandados por Hernández não tenham pernas suficientes para buscar o jogo (algo parecido com o que aconteceu hoje contra a fortíssima Sérvia).

O clássico sul-americano será épico, sem dúvidas. Passa pela planificação do jogo cuidando com as forças adversárias e pela exploração das fraquezas dos mesmos a vitória tão esperada pelos brasileiros. Até terça-feira só nos resta teorizar e a discussão é o grande objetivo do artigo. Sintam-se a vontade para expressas as suas opiniões na caixa de comentários.

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